14/05/14

Mais vale tarde...


Depois de uns meses a dizer "sai neste mês" e "sai naquele", chega maio e acontece mesmo. Seguem-se sinopses bilingues e links para descarga gratuita da edição em português e inglês.

Walt Jenkins não é uma pessoa simpática ou honesta. Nem sequer consegue ser uma pessoa decente. Mesmo assim, não lhe parece nada justificável que comece a ser assediado por gente vinda do futuro. Ou que estes viajantes no tempo lhe expliquem que uma religião futura o vê como figura messiânica. Os que não tentam matá-lo para impedir que aconteça, pelo menos.

https://www.smashwords.com/books/view/438016

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Walt Jenkins is not a nice or honest person. He can't even be a decent one. Still, he doesn't think that justifies being harassed by visitors from the future. Or that these time travelers inform him that a future religion sees him as a Christ figure. Those that aren't trying to kill him to prevent it from happening, at least.

https://www.smashwords.com/books/view/438018

03/04/14

"O facebook vai passar a ser pago se não partilhar já esta mensagem de protesto com todos os seus amigos!"


O título é-vos familiar? Era um histerismo recorrente na internet de alguns anos atrás com direito a ser propagado no próprio facebook. E era tudo mentira, afinal. Tal como aqueles links manhosos que prometiam mudar a cor dos perfis. 

Ou talvez não andasse assim tão distante da verdade. Porque o facto é que o facebook passou a pagar-se, ainda que não com a subscrição mensal que as mensagens alarmadas prometiam.

Antigamente (na internet, "antigamente" significa "há coisa de dois anos"), ter uma página no facebook com mil seguidores significava que o dono da página tinha um público de mil almas com as quais poderia partilhar conteúdo. Infelizmente, deixou de ser assim.

Hoje, ter uma página com mil seguidores significa que os posts serão vistos por quinhentos, com muita sorte. Com menos sorte, poderão perfeitamente ser trezentos ou cem ou menos ainda. Tudo, dizem-nos, por culpa do algoritmo complicadíssimo que o site usa para determinar quem vê o quê em cada momento. 

Por isto e não por relação com o mecanismo de promoção paga de posts que se tornou mais insistente que nunca, recordando-nos constantemente que aquele post específico que está a ser visto por 3% dos nossos seguidores poderá ser visto por muito mais gente.

Não se pode acusar o facebook de desonestidade por isto. São uma empresa com fins lucrativos e têm o direito de rentabilizar como quiserem um site de utilização gratuita. Só lá estamos porque queremos. Mas, sendo assim, que propósito serve fazer "like" a uma página? Não estamos a assegurar acesso aos conteúdos, estamos apenas a contribuir para aumentar um número sem qualquer significado e deprimir alguém com a discrepância entre quantidade de "likes" e quantidade de visualizações de um post específico.

Quando aparecer a nova rede social (e vai aparecer de certeza; é questão de tempo), ajustaremos contas, Sr. Zuckerberg. 

30/03/14

O ecoguerreiro

A defesa do planeta e das criaturas que o partilham connosco era a sua causa de eleição. Deixou um emprego bem pago, amigos e uma vida confortável e viajou para o Oriente longínquo, onde se dedicou a trabalhar para a conservação de espécies ameaçadas. 
Sentiu-se profundamente estúpido quando o panda-gigante lhe fechou as mandíbulas sobre a traqueia, pondo fim à sua carreira como ativista. 

15/03/14

Um belo dia de sol


"Vamos passear," disse-lhe ele. "Está um dia de sol tão bonito." Ela sorriu. Era a primeira vez em anos que a convidava para alguma coisa. Era também a primeira vez em anos que a fazia sorrir com vontade. Subiu ao quarto onde dormia sozinha, no andar de cima, para trazer um chapéu de aba larga. Quando desceu, esperava-a junto à porta, sorridente, com a navalha afiada guardada no bolso do casaco.

07/03/14

Prémios


Os prémios literários portugueses costumam ter duas exigências em comum. 

Exigência nº 1: Que o texto seja original e inédito.

Exigência nº 2: Que o autor nunca tenha sido publicado.

A primeira exigência é mais que compreensível. Já a segunda... O argumento usado costuma ser a vontade de limitar o prémio a autores não publicados para promover a descoberta de novos valores porque os autores que já publicaram não precisarão de incentivo. 

Num mundo ideal, seria realmente assim. Mas, tanto em Portugal como no resto do mundo (com efeitos redobrados por cá pelo mercado literário minúsculo que temos), ser publicado significa para a maioria dos autores uma única coisa: que é possível comprar um livro com o seu nome na capa (salvo rupturas de stock, devoluções de livraria ou falências de editora). Não significa que não precisem de divulgação ou que não lhes faça falta o dinheiro do prémio.

Pode parecer que estou a escrever isto por cobiça, porque estive a ler o regulamento de mais um prémio literário, salivei com a quantia entregue ao vencedor e tropecei na cláusula da não publicação prévia. E foi isso mesmo que aconteceu.

27/02/14

Sinais de vida

Um post por mês. Não é mau para um blogue que, até há pouco tempo, estava morto.

O livro novo ainda não está pronto, mas já tem capa (cortesia do Guilherme Condeixa, que atende visitas e serve chá e biscoitos aqui: http://pipeandbookcovers.wordpress.com/). Fica este recorte para deixar toda a gente preocupada com que aí virá.


23/01/14

Regresso à vida (por quanto tempo?)

É um bocado triste deixar o blogue pendurado na Zézinha Peniche. Aqui fica um resumo das partes que interessam do ano que passou. 

"Os Filhos da Revolução" é, desde abril, o meu segundo romance. O ebook está disponível gratuitamente em vários sítios, mas sobretudo aqui. A versão em papel custa dinheiro (não muito) e vende-se aqui

É pouco provável que volte a ser publicado por uma editora. Gostei das experiências que tive e trabalhei com gente muito competente e esforçada, mas prefiro este método. É mais imediato e posso controlar tudo. Claro que é muito mais difícil conseguir divulgação e conseguir ser levado a sério, mas já me resignei a ser obscuro e risível.

Além dos "Filhos", o PIDE preferido de Portugal tem uma história nova. Pode ser descarregada (também sem pagar) aqui.

Quanto ao futuro, estou a acabar um novo romance. Fala de religião e viagens no tempo e vai ser editado em português e inglês. Quando digo que "estou a acabar", quero dizer que já acabei uma das versões e estou a traduzi-la. Agradeço a rapidez da empreitada ao impulso da iniciativa "Nanowrimo" (afinal, é mesmo possível escrever um romance num mês). Lá para março haverá novidades.

Até já. Ou não.