07/03/14

Prémios


Os prémios literários portugueses costumam ter duas exigências em comum. 

Exigência nº 1: Que o texto seja original e inédito.

Exigência nº 2: Que o autor nunca tenha sido publicado.

A primeira exigência é mais que compreensível. Já a segunda... O argumento usado costuma ser a vontade de limitar o prémio a autores não publicados para promover a descoberta de novos valores porque os autores que já publicaram não precisarão de incentivo. 

Num mundo ideal, seria realmente assim. Mas, tanto em Portugal como no resto do mundo (com efeitos redobrados por cá pelo mercado literário minúsculo que temos), ser publicado significa para a maioria dos autores uma única coisa: que é possível comprar um livro com o seu nome na capa (salvo rupturas de stock, devoluções de livraria ou falências de editora). Não significa que não precisem de divulgação ou que não lhes faça falta o dinheiro do prémio.

Pode parecer que estou a escrever isto por cobiça, porque estive a ler o regulamento de mais um prémio literário, salivei com a quantia entregue ao vencedor e tropecei na cláusula da não publicação prévia. E foi isso mesmo que aconteceu.

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