03/04/14

"O facebook vai passar a ser pago se não partilhar já esta mensagem de protesto com todos os seus amigos!"


O título é-vos familiar? Era um histerismo recorrente na internet de alguns anos atrás com direito a ser propagado no próprio facebook. E era tudo mentira, afinal. Tal como aqueles links manhosos que prometiam mudar a cor dos perfis. 

Ou talvez não andasse assim tão distante da verdade. Porque o facto é que o facebook passou a pagar-se, ainda que não com a subscrição mensal que as mensagens alarmadas prometiam.

Antigamente (na internet, "antigamente" significa "há coisa de dois anos"), ter uma página no facebook com mil seguidores significava que o dono da página tinha um público de mil almas com as quais poderia partilhar conteúdo. Infelizmente, deixou de ser assim.

Hoje, ter uma página com mil seguidores significa que os posts serão vistos por quinhentos, com muita sorte. Com menos sorte, poderão perfeitamente ser trezentos ou cem ou menos ainda. Tudo, dizem-nos, por culpa do algoritmo complicadíssimo que o site usa para determinar quem vê o quê em cada momento. 

Por isto e não por relação com o mecanismo de promoção paga de posts que se tornou mais insistente que nunca, recordando-nos constantemente que aquele post específico que está a ser visto por 3% dos nossos seguidores poderá ser visto por muito mais gente.

Não se pode acusar o facebook de desonestidade por isto. São uma empresa com fins lucrativos e têm o direito de rentabilizar como quiserem um site de utilização gratuita. Só lá estamos porque queremos. Mas, sendo assim, que propósito serve fazer "like" a uma página? Não estamos a assegurar acesso aos conteúdos, estamos apenas a contribuir para aumentar um número sem qualquer significado e deprimir alguém com a discrepância entre quantidade de "likes" e quantidade de visualizações de um post específico.

Quando aparecer a nova rede social (e vai aparecer de certeza; é questão de tempo), ajustaremos contas, Sr. Zuckerberg. 

Sem comentários:

Enviar um comentário