31/01/12

escrever para afugentar a crise

Dou-vos um parágrafo e podem completá-lo como quiserem. É esse o jogo. Não há regras. O ponto de partida é meu, o resto do caminho é vosso e são livres de seguirem por onde acharem melhor. A personagem só tem nome e o contexto é vago. Decidam quem é, como é e o que fará a seguir. Levem o tempo que quiserem e usem os caracteres que vos apetecer. Completem a história numa linha, num parágrafo ou em oitenta páginas. Fica inteiramente ao vosso critério. Ou não completem e deixem tudo ainda mais suspenso do que estava no início. Depois, enviem-me o resultado (usem isto). Não é um concurso, não há prémio, menção honrosa ou reprovação. Vale tudo. Vou publicando os resultados por aqui e prometo escrever o nome dos autores a negrito para deixar bem claro como os respeito. Estamos entendidos? Vá. Façam-me a vontade. 

Começa assim:

Penélope Machine não devia nada a ninguém. Não tinha inimigos. Nem sequer tinha amigos dignos desse nome por imposição de uma actividade profissional que não escolhera e que proibia grandes contactos sociais. Os vizinhos não a conheciam. Não sabiam como se chamava ou o que fazia. Desconheciam os seus hábitos, as horas de entrada e de saída. Muitos, quando com ela se cruzavam, jurariam que era a primeira vez que a viam, apesar de não ser verdade. Não a incomodava. Preferia que fosse assim e facilitava-lhe muito a vida. Eliminados credores, inimigos, amigos ou vizinhos, não restava ninguém que pudesse culpar por acordar zonza, dorida, obviamente drogada e com um cadáver nu e ainda quente na cama a seu lado. 

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